Onde estão todas aquelas coisas perfeitas que idealizamos para nós?
Às vezes penso que todos nós, cada ser humano que vive ou já viveu sobre a face da Terra, possui o sonho de uma realidade perfeita, apenas para alimentar a nossa esperança e nos fazer andar, seguir adiante.Como se a esperança fosse um sentimento idealizado pelo Criador, especialmente para nos manter vívidos.
Se não fosse a certeza, ainda que fugaz e perseverante, de que alcançaremos o nosso Éden particular, não seguiríamos batalhando, lutando contra tudo, todos e antes, contra nós mesmos.
Mas quanto mais vivemos, evoluímos, verdades indissolúveis são jogadas em nossos rostos de modo frio e inexorável. Verdades das quais não podemos nos esconder, da qual não podemos fingir e que nos mostram que as coisas não são exatamente como imaginávamos.
Não somos tão virtuosos assim, belos ou perspicazes. As pessoas não são assim tão boas e confiáveis e nem sempre o mundo nos permite fazer o que sabemos e gostaríamos de fazer.
Uma verdade que dói enxergar.
Mas ainda assim, continuamos sempre em frente, repletos de uma esperança vã e ardorosa.
Será então que não existem mundos ideais? Será então que devemos decretar a extinção da Esperança?
Devemos parar de sonhar?
Não.
A esperança é o combustível das almas.
Sonhar não é errado. Mas exigir um mundo perfeito é.
O perfeito não pode e não deve ser um conceito absoluto.
Não podemos exigir vidas perfeitas se quem as constrói são pessoas totalmente imperfeitas, ou seja, nós - cada um de nós.
Existem sim as realidades mais perfeitas possíveis, ou seja, dentro de nossas perspectivas, cheias de limitações e imprefeições, termos o melhor possível para nós.
Ter o melhor que se pode extrair do mundo, das pessoas e de nós mesmos é a perfeição em si mesma, já que com esta sim podemos sonhar e ter a certeza de que iremos alcançar.
A perfeição ideal, é a perfeição real - uma perfeição construída por cada um de nós para si mesmo.
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